Sobre poesia portuguesa moderna e contemporânea

Sobre poesia portuguesa moderna e contemporânea

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ano novo, novos desafios

Como não poderia deixar de ser, o ano começou com a promessa de muito trabalho para o nosso grupo. Prosseguindo com as discussões iniciadas no ano passado, Herberto Helder voltará a ser tema das discussões em 2014. Enquanto o ano anterior foi centrado no livro A faca não corta o fogo, de 2008, nosso primeiro semestre terá como ponto de partida a mais recente obra do poeta, Servidões.

Publicado em meados do ano passado pela Assírio & Alvim, o novo livro do autor de oitenta e dois anos tem início com uma curiosa epígrafe envolvendo um suposto diálogo, em francês, entre o poeta André Breton e o escultor suíço Alberto Giacometti: o primeiro diz que todos sabem o que são cabeças, enquanto o segundo rebate dizendo que não possui esse conhecimento. Tal epígrafe, por si só, já indica os desafios representados pela obra. Com cerca de setenta poemas, Servidões teve tiragem de cinco mil exemplares, rapidamente esgotada, como tem acontecido, aliás, com tudo o que vem da lavra do autor.

Outro poeta que ganhará a nossa atenção em 2014 será Luís Miguel Nava, planejado para ser assunto das discussões no próximo semestre. Falecido em 1995, aos trinta e oito anos, o autor publicou sete livros, tendo ganhado, inclusive, o prêmio de revelação da Associação Portuguesa de Escritores, na década de 1970. A edição completa, com toda a sua obra, foi publicada no começo dos anos 2000 pela editora Dom Quixote.

Como se pode notar, 2014 promete ser um ano de bastante estudo e muito aprendizado. De um lado, voltamos àquele que tem sido considerado o maior poeta português vivo, de outro, abrimos as portas para um nome menos conhecido, poeta que, embora morto precocemente, deixou obra bastante significativa. Certamente, a combinação alargará a nossa compreensão sobre a poesia portuguesa contemporânea, esta de que gostamos de fazer nosso insistente objeto de interesse.

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